Querido Diário,
Ontem saí de casa normalmente, andei dois dos três
quarteirões que ando para pegar meu ônibus e percebi que faltava minha meia
calça, peça importantíssima do meu uniforme. Voltei em casa PUTA da vida furiosa,
para pegá-la e mandei mensagem para minha chefe avisando que eu me atrasaria.
Só pensava em como isso era extremamente injusto e irritante. Chegando ao trabalho encontrei com as pessoas
que sempre encontro, uma delas a Dona Lívia* (irei preservar sua real
identidade*). Eu disse um bom dia caloroso como sempre e ela uma senhorinha de
uns 60 anos me respondeu como sempre “Bom dia, minha filha”, com um sorrisão no
rosto.
Desci para minha mesa e aproveitando que não havia
muito a fazer terminei de formatar o post
sobre O tempo e o vento e o coloquei no blog. Imediatamente depois ouço pedidos
de ajuda, para que alguém ligasse para o SAMU, eu liguei meio sem saber o que
acontecia... Tudo que posso dizer é que nossa queria Dona Lívia* veio a falecer
diante de nós em decorrência de um ataque cardíaco fulminante...
Hoje passado o susto e o estado de choque, permanece
a tristeza e surge a revolta. Lembro-me quantas e quantas vezes Dona Lívia*
disse que iria se aposentar que gostaria de descansar, cuidar dos netos, e a poucos
meses de se aposentar ela faleceu. Esse
é o fim que merece um trabalhador? Pessoas boas que lutam uma vida inteira?
Acredito em Deus, tenho fé que seus atos sempre trarão crescimento, respostas e
paz, mas SEMPRE fica uma pontinha de revolta, quando uma vida se acaba.
Querido diário, hoje fica o LUTO, a tristeza e as
preces mais sinceras e carinhosas para a Dona Lívia* e para seus familiares.
(descanse em paz Dona Lívia*)
(*em respeito à família a real identidade será mantida em segredo)