quarta-feira, 18 de julho de 2012

Depressão! E agora?!


Querido diário,

Hoje me perguntaram como que eu havia feito para curar a minha depressão e tendo em vista o rosto da pessoa que me escutava, acredito que minha resposta a surpreendeu...
Como já havia contado, eu tive uma depressão muita forte e grave quando fui morar no país do meu marido, a Bélgica. Eu tinha 21 anos quando fui, era muito nova. Estava entrando na fase adulta, me conhecendo, me ajustando a um mundo que muitas vezes pode se revelar extremamente cruel.
Chegando à Bélgica, a mala do meu marido foi roubada, que momento ruim, desespero, tristeza, estresse e o pior foi a indiferença dos policias com relação ao fato e o olhar de desinteresse quanto eu tentava falar alguma coisa. O contato com os belgas não foi dos melhores, tudo diferente: a frieza, a falta de educação, o racismo, o preconceito... Não estou dizendo que as coisas acima só existem lá, por todos os lugares onde existam seres-humanos essas coisas estarão presentes (claro que na Europa é mais intenso). Além de tudo isso, havia a falta dos meus: os amigos, pai e mãe, o irmão, a família, somente quem já passou por uma situação assim sabe como é triste e doloroso.
A depressão que tive nesse período, não foi a primeira, já havia tido algumas “depressõeszinhas” aqui e ali, nada de muito forte, talvez nem fosse mesmo depressão e sim alguns momentos de tristeza. Mas durante aqueles anos na Bélgica o sentimento de tristeza se tornou patológico e virou uma depressão profunda, com direito a crises de pânico, três meses sem sair de casa, crises constantes de choro incontrolável até dormir e muitas, muitas horas por dia de sono. Depressão é REALMENTE uma doença terrível, ela dói nos ossos na carne, dói no coração, na autoestima, na sua força e nos seus sonhos. Ela muda (de fato) o seu modo de ver a vida, ver o mundo, tudo é tão ruim, frustrante. O ódio de tudo e de todos monta a um nível insuportável, que existe até no momento de se olhar no espelho, vendo a imagem de alguém tão sem brilho, não se consegue sentir pena, somente ÓDIO de si mesmo...
(Muitas vezes eu fiz exatamente isso na frente do espelho...rs)

Querido diário, “após a tempestade vem a bonança” sábias palavras, realmente acredito que o tempo cura tudo. Mas algumas coisas marcam tão profundamente que deixam marcas, cicatrizes... Porém, não são essas cicatrizes que nos determinam e sim como nós as encaramos; e foi essa a resposta que “transformou” o rosto da pessoa que me ouvia. Depressão em minha opinião é uma doença que não se cura, ela está sempre lá a espreita, porém pode e deve ser controlada. Como? Bom, sou muito adepta do autoconhecimento (como já disse aqui inúmeras vezes rs - leia aqui), pois para mim é um método que funciona, nunca escondo nada de mim mesma, seja um erro, uma frustração, uma carência, sei de tudo que acontece comigo e compartilho com uma pessoa de minha confiança (para alguns essa pessoa é o psicólogo...). Outra coisa muito importante e que já foi dita no post, O começo, é perceber que depressão e tristeza são coisa COMPLETAMENTE diferentes.
Hoje em dia, sei que eu não estava preparada para viver tudo que vivi na época que morei na Bélgica, simplesmente não tinha estrutura. Mas NÃO sofro por nada do que aconteceu, não tenho medo que aconteça de novo (antigamente eu tinha) e tenho a consciência de que SOU QUEM EU SOU E TENHO A FORÇA QUE TENHO hoje em dia por causa da minha história, dos meus sofrimentos e de minhas alegrias. Cada momento nos preenche da forma que nós aceitamos e recebemos, pois nossa MAIOR fortaleza SEMPRE será: nós mesmos.
(Eu tenho a foooorçaaaa...hahahaha)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Eu, Pocahontas


Querido diário,

Quando era criança eu sonhava com meu príncipe encantado, loiro, alto e de olhos azuis, assim como o personagem John Smith de Pocahontas (rs). Minha mãe tinha um encantamento pelo idioma francês e, sendo assim eu também tinha, sonhava que o francês seria o primeiro idioma que aprenderia. Sonhava, sonhava e sonhava...
Acredito verdadeiramente no poder da palavra, pois senti seu poder em minha vida, sou casada há quase cinco anos com um homem loiro, alto e de olhos azuis que tem como idioma nativo o francês, simplesmente INCRÍVEL tudo isso. Contando assim ninguém acredita, mas quem me conhece desde novinha, como minha “fada madrinha” Mary,  sabem deste sonho realizado e teem minha história como inspiração.

(Pocahontas e Smith =D)

Claro que como todo bom conto de fadas tivemos nossos vilões, a bruxa má, mas também os amigos de todos os momentos, pessoas que torceram e torcem por nós. O grande vilão foi a depressão que tive em decorrência dos três anos morando fora do Brasil, mas isso contarei melhor outro dia, hoje quero compartilhar o bonito de minha história e felicidade. Tenho orgulho de cada momento e gosto de contar para mostrar que é possível nos dias de hoje ter/viver uma linda história, pois tenho visto a infelicidade geral com relação a relacionamentos (e também gosto de contar para sambar na cara das recalcadas... rs).
Hoje em dia o “bicho tá pegando” mesmo, as mulheres falam que os homens não querem nada sério, os homens dizem que as mulheres estão muito interesseiras, sendo assim me pergunto quem tem razão? O que está acontecendo? Sinceramente não consigo responder, vejo que realmente as mulheres mudaram, estão independentes e, portanto mais donas de si, entretanto não acho que por isso devam começar a agir de uma forma... Como posso dizer... Vulgar?! Por outro lado, os homens estão acomodados e incomodados com essa independência, o romance e o respeito se foram. E o fato é que mulheres bem resolvidas não aceitam mais a postura machista dos homens com a mesma mediocridade naturalidade de antes, simplesmente por não precisarem mais de seus companheiros para sobreviver.

      (Mulheres independentes...rs)






                                                  (...versus homens não românticos rs)
Querido diário, estou feliz no meu relacionamento, casamento não é fácil, quem é casado sabe, mas apesar dos pesares eu me doo e acredito nessa “instituição” que NÃO está falida...rs
Se eu ficasse solteira hoje em dia, não sei o que faria, tudo me parece tão complicado, essa “discussão” entre homens e mulheres sobre quem está certo ou errado é muito complexa, pois no meu ponto de vista ambos os lados teem seus “pecados” e seus argumentos válidos. Penso que talvez o problema esteja no fato de complicarmos demais algo tão simples como o AMOR. O que você acha, querido diário, complicamos demais nossos relacionamentos amorosos?
(E fica a pergunta...)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A extinção


Querido diário,

Às vezes quando escovamos os dentes durante o banho, lavamos vasilhas com a torneira aberta, jogamos um papel na rua, sentimos uma “fincada” na cabeça, um incômodo no corpo como se tivéssemos matando alguma coisa, fazendo algo muito errado. O fato é que essa “fincada” na cabeça se chama consciência, consciência de que estamos fazendo algo que não deveríamos, de que nossas atitudes com a natureza estão fazendo-a extinta. De tudo isso tem-se ciência, somos informados, damos valor, brigamos pelo fim de uma certa atitude ou o começo de uma real atitude de mudança.
Mas, o que me chama atenção, é que quando entramos em um ônibus e empurramos uma grávida, acotovelamos uma criança, xingamos um idoso por querer descer não temos esta “fincada” na cabeça. Achamos normal agir como “animais” com nossos semelhantes e não percebemos o fim de algo, também tão necessário em nossa sociedade, à extinção do RESPEITO. Agir como animal com relação à natureza é bem vindo, no sentido de senti-la como parte nós, respeitando nossos limites nela, entendendo-a. Porém, agir como “animal” com relação às pessoas é uma coisa super danosa a aquilo que forma uma sociedade mais cidadã. Se não agíssemos assim seria tão mais agradável de viver, ajudaria até mesmo no respeito que temos com a natureza, pois já saberíamos respeitar aquilo que há de mais básico a se respeitar, os de nossa raça.
(Quem achou que o pior é ouvir funk sem fone diga: "POPOZÃAAAO" rs)

Querido diário é claro que quando digo raça, estou falando da única raça que existe quando falamos de seres humanos, a raça humana. Pois confundimos raça como algo entre negros, brancos e etc. Acredito que ter uma postura digna com algo simples e do nosso dia-a-dia como pegar o ônibus, entendendo que os outros teem o direito de estar lá, que estão indo trabalhar, ao hospital, teem pai e mãe, filhos, amigos, pessoas que os amam e que eles amam, assim como nós mesmos. Talvez assim, a partir desse entendimento poderemos deixar de pensar que as coisas simples da vida em sociedade são um palco de guerra, e sim um local a ser compartilhado com nossos iguais, onde o respeito que merecemos é EXATAMENTE o mesmo que os outros merecem de nós.

Deixo esse post como forma de desabafo e revolta contra o empurra-empurra de todo santo dia no embarque dos ônibus.