segunda-feira, 9 de julho de 2012

A extinção


Querido diário,

Às vezes quando escovamos os dentes durante o banho, lavamos vasilhas com a torneira aberta, jogamos um papel na rua, sentimos uma “fincada” na cabeça, um incômodo no corpo como se tivéssemos matando alguma coisa, fazendo algo muito errado. O fato é que essa “fincada” na cabeça se chama consciência, consciência de que estamos fazendo algo que não deveríamos, de que nossas atitudes com a natureza estão fazendo-a extinta. De tudo isso tem-se ciência, somos informados, damos valor, brigamos pelo fim de uma certa atitude ou o começo de uma real atitude de mudança.
Mas, o que me chama atenção, é que quando entramos em um ônibus e empurramos uma grávida, acotovelamos uma criança, xingamos um idoso por querer descer não temos esta “fincada” na cabeça. Achamos normal agir como “animais” com nossos semelhantes e não percebemos o fim de algo, também tão necessário em nossa sociedade, à extinção do RESPEITO. Agir como animal com relação à natureza é bem vindo, no sentido de senti-la como parte nós, respeitando nossos limites nela, entendendo-a. Porém, agir como “animal” com relação às pessoas é uma coisa super danosa a aquilo que forma uma sociedade mais cidadã. Se não agíssemos assim seria tão mais agradável de viver, ajudaria até mesmo no respeito que temos com a natureza, pois já saberíamos respeitar aquilo que há de mais básico a se respeitar, os de nossa raça.
(Quem achou que o pior é ouvir funk sem fone diga: "POPOZÃAAAO" rs)

Querido diário é claro que quando digo raça, estou falando da única raça que existe quando falamos de seres humanos, a raça humana. Pois confundimos raça como algo entre negros, brancos e etc. Acredito que ter uma postura digna com algo simples e do nosso dia-a-dia como pegar o ônibus, entendendo que os outros teem o direito de estar lá, que estão indo trabalhar, ao hospital, teem pai e mãe, filhos, amigos, pessoas que os amam e que eles amam, assim como nós mesmos. Talvez assim, a partir desse entendimento poderemos deixar de pensar que as coisas simples da vida em sociedade são um palco de guerra, e sim um local a ser compartilhado com nossos iguais, onde o respeito que merecemos é EXATAMENTE o mesmo que os outros merecem de nós.

Deixo esse post como forma de desabafo e revolta contra o empurra-empurra de todo santo dia no embarque dos ônibus. 

2 comentários:

  1. O ser humando tem poder de adaptação absurdo. Há quem viva no deserto, há quem viva no ártico. Lugares onde viver, é extremamente difícil. Só que esse poder de adaptação, também pode aparecer de forma negativa. Negócio é que as pessoas simplesmente se acostumam, se adaptam, a dureza do dia a dia. Tem quem não liga para o empurra empurra. Virou algo corriqueiro. Empurro, sou empurrado, é assim. Adapto-me. Quando a falta de educação já é rotina, a coisa tá feia...

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    1. Concordo que nos adaptamos, mas adaptar às grosserias é complicado, pois entramos exatamente na preocupante "rotinização da falta de educação".
      Obrigada pela visita, volte sempre!!

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