Querido diário,
Às vezes quando escovamos os dentes durante o banho,
lavamos vasilhas com a torneira aberta, jogamos um papel na rua, sentimos uma “fincada”
na cabeça, um incômodo no corpo como se tivéssemos matando alguma coisa,
fazendo algo muito errado. O fato é que essa “fincada” na cabeça se chama
consciência, consciência de que estamos fazendo algo que não deveríamos, de que
nossas atitudes com a natureza estão fazendo-a extinta. De tudo isso tem-se
ciência, somos informados, damos valor, brigamos pelo fim de uma certa atitude
ou o começo de uma real atitude de mudança.
Mas, o que me chama atenção, é que quando entramos em
um ônibus e empurramos uma grávida, acotovelamos uma criança, xingamos um idoso por querer descer não
temos esta “fincada” na cabeça. Achamos normal agir como “animais” com nossos
semelhantes e não percebemos o fim de algo, também tão necessário em nossa
sociedade, à extinção do RESPEITO. Agir como animal com relação à natureza é
bem vindo, no sentido de senti-la como parte nós, respeitando nossos limites
nela, entendendo-a. Porém, agir como “animal” com relação às pessoas é uma
coisa super danosa a aquilo que forma uma sociedade mais cidadã. Se não
agíssemos assim seria tão mais agradável de viver, ajudaria até mesmo no respeito
que temos com a natureza, pois já saberíamos respeitar aquilo que há de mais
básico a se respeitar, os de nossa raça.
(Quem achou que o pior é ouvir funk sem fone diga: "POPOZÃAAAO" rs)
Querido diário é claro que quando digo raça, estou
falando da única raça que existe quando falamos de seres humanos, a raça
humana. Pois confundimos raça como algo entre negros, brancos e etc. Acredito
que ter uma postura digna com algo simples e do nosso dia-a-dia como pegar o
ônibus, entendendo que os outros teem o direito de estar lá, que estão indo
trabalhar, ao hospital, teem pai e mãe, filhos, amigos, pessoas que os amam e
que eles amam, assim como nós mesmos. Talvez assim, a partir desse entendimento
poderemos deixar de pensar que as coisas simples da vida em sociedade são um
palco de guerra, e sim um local a ser compartilhado com nossos iguais, onde o
respeito que merecemos é EXATAMENTE o mesmo que os outros merecem de nós.
Deixo esse post
como forma de desabafo e revolta contra o empurra-empurra de todo santo dia no
embarque dos ônibus.
O ser humando tem poder de adaptação absurdo. Há quem viva no deserto, há quem viva no ártico. Lugares onde viver, é extremamente difícil. Só que esse poder de adaptação, também pode aparecer de forma negativa. Negócio é que as pessoas simplesmente se acostumam, se adaptam, a dureza do dia a dia. Tem quem não liga para o empurra empurra. Virou algo corriqueiro. Empurro, sou empurrado, é assim. Adapto-me. Quando a falta de educação já é rotina, a coisa tá feia...
ResponderEliminarConcordo que nos adaptamos, mas adaptar às grosserias é complicado, pois entramos exatamente na preocupante "rotinização da falta de educação".
EliminarObrigada pela visita, volte sempre!!