quarta-feira, 18 de julho de 2012

Depressão! E agora?!


Querido diário,

Hoje me perguntaram como que eu havia feito para curar a minha depressão e tendo em vista o rosto da pessoa que me escutava, acredito que minha resposta a surpreendeu...
Como já havia contado, eu tive uma depressão muita forte e grave quando fui morar no país do meu marido, a Bélgica. Eu tinha 21 anos quando fui, era muito nova. Estava entrando na fase adulta, me conhecendo, me ajustando a um mundo que muitas vezes pode se revelar extremamente cruel.
Chegando à Bélgica, a mala do meu marido foi roubada, que momento ruim, desespero, tristeza, estresse e o pior foi a indiferença dos policias com relação ao fato e o olhar de desinteresse quanto eu tentava falar alguma coisa. O contato com os belgas não foi dos melhores, tudo diferente: a frieza, a falta de educação, o racismo, o preconceito... Não estou dizendo que as coisas acima só existem lá, por todos os lugares onde existam seres-humanos essas coisas estarão presentes (claro que na Europa é mais intenso). Além de tudo isso, havia a falta dos meus: os amigos, pai e mãe, o irmão, a família, somente quem já passou por uma situação assim sabe como é triste e doloroso.
A depressão que tive nesse período, não foi a primeira, já havia tido algumas “depressõeszinhas” aqui e ali, nada de muito forte, talvez nem fosse mesmo depressão e sim alguns momentos de tristeza. Mas durante aqueles anos na Bélgica o sentimento de tristeza se tornou patológico e virou uma depressão profunda, com direito a crises de pânico, três meses sem sair de casa, crises constantes de choro incontrolável até dormir e muitas, muitas horas por dia de sono. Depressão é REALMENTE uma doença terrível, ela dói nos ossos na carne, dói no coração, na autoestima, na sua força e nos seus sonhos. Ela muda (de fato) o seu modo de ver a vida, ver o mundo, tudo é tão ruim, frustrante. O ódio de tudo e de todos monta a um nível insuportável, que existe até no momento de se olhar no espelho, vendo a imagem de alguém tão sem brilho, não se consegue sentir pena, somente ÓDIO de si mesmo...
(Muitas vezes eu fiz exatamente isso na frente do espelho...rs)

Querido diário, “após a tempestade vem a bonança” sábias palavras, realmente acredito que o tempo cura tudo. Mas algumas coisas marcam tão profundamente que deixam marcas, cicatrizes... Porém, não são essas cicatrizes que nos determinam e sim como nós as encaramos; e foi essa a resposta que “transformou” o rosto da pessoa que me ouvia. Depressão em minha opinião é uma doença que não se cura, ela está sempre lá a espreita, porém pode e deve ser controlada. Como? Bom, sou muito adepta do autoconhecimento (como já disse aqui inúmeras vezes rs - leia aqui), pois para mim é um método que funciona, nunca escondo nada de mim mesma, seja um erro, uma frustração, uma carência, sei de tudo que acontece comigo e compartilho com uma pessoa de minha confiança (para alguns essa pessoa é o psicólogo...). Outra coisa muito importante e que já foi dita no post, O começo, é perceber que depressão e tristeza são coisa COMPLETAMENTE diferentes.
Hoje em dia, sei que eu não estava preparada para viver tudo que vivi na época que morei na Bélgica, simplesmente não tinha estrutura. Mas NÃO sofro por nada do que aconteceu, não tenho medo que aconteça de novo (antigamente eu tinha) e tenho a consciência de que SOU QUEM EU SOU E TENHO A FORÇA QUE TENHO hoje em dia por causa da minha história, dos meus sofrimentos e de minhas alegrias. Cada momento nos preenche da forma que nós aceitamos e recebemos, pois nossa MAIOR fortaleza SEMPRE será: nós mesmos.
(Eu tenho a foooorçaaaa...hahahaha)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Eu, Pocahontas


Querido diário,

Quando era criança eu sonhava com meu príncipe encantado, loiro, alto e de olhos azuis, assim como o personagem John Smith de Pocahontas (rs). Minha mãe tinha um encantamento pelo idioma francês e, sendo assim eu também tinha, sonhava que o francês seria o primeiro idioma que aprenderia. Sonhava, sonhava e sonhava...
Acredito verdadeiramente no poder da palavra, pois senti seu poder em minha vida, sou casada há quase cinco anos com um homem loiro, alto e de olhos azuis que tem como idioma nativo o francês, simplesmente INCRÍVEL tudo isso. Contando assim ninguém acredita, mas quem me conhece desde novinha, como minha “fada madrinha” Mary,  sabem deste sonho realizado e teem minha história como inspiração.

(Pocahontas e Smith =D)

Claro que como todo bom conto de fadas tivemos nossos vilões, a bruxa má, mas também os amigos de todos os momentos, pessoas que torceram e torcem por nós. O grande vilão foi a depressão que tive em decorrência dos três anos morando fora do Brasil, mas isso contarei melhor outro dia, hoje quero compartilhar o bonito de minha história e felicidade. Tenho orgulho de cada momento e gosto de contar para mostrar que é possível nos dias de hoje ter/viver uma linda história, pois tenho visto a infelicidade geral com relação a relacionamentos (e também gosto de contar para sambar na cara das recalcadas... rs).
Hoje em dia o “bicho tá pegando” mesmo, as mulheres falam que os homens não querem nada sério, os homens dizem que as mulheres estão muito interesseiras, sendo assim me pergunto quem tem razão? O que está acontecendo? Sinceramente não consigo responder, vejo que realmente as mulheres mudaram, estão independentes e, portanto mais donas de si, entretanto não acho que por isso devam começar a agir de uma forma... Como posso dizer... Vulgar?! Por outro lado, os homens estão acomodados e incomodados com essa independência, o romance e o respeito se foram. E o fato é que mulheres bem resolvidas não aceitam mais a postura machista dos homens com a mesma mediocridade naturalidade de antes, simplesmente por não precisarem mais de seus companheiros para sobreviver.

      (Mulheres independentes...rs)






                                                  (...versus homens não românticos rs)
Querido diário, estou feliz no meu relacionamento, casamento não é fácil, quem é casado sabe, mas apesar dos pesares eu me doo e acredito nessa “instituição” que NÃO está falida...rs
Se eu ficasse solteira hoje em dia, não sei o que faria, tudo me parece tão complicado, essa “discussão” entre homens e mulheres sobre quem está certo ou errado é muito complexa, pois no meu ponto de vista ambos os lados teem seus “pecados” e seus argumentos válidos. Penso que talvez o problema esteja no fato de complicarmos demais algo tão simples como o AMOR. O que você acha, querido diário, complicamos demais nossos relacionamentos amorosos?
(E fica a pergunta...)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A extinção


Querido diário,

Às vezes quando escovamos os dentes durante o banho, lavamos vasilhas com a torneira aberta, jogamos um papel na rua, sentimos uma “fincada” na cabeça, um incômodo no corpo como se tivéssemos matando alguma coisa, fazendo algo muito errado. O fato é que essa “fincada” na cabeça se chama consciência, consciência de que estamos fazendo algo que não deveríamos, de que nossas atitudes com a natureza estão fazendo-a extinta. De tudo isso tem-se ciência, somos informados, damos valor, brigamos pelo fim de uma certa atitude ou o começo de uma real atitude de mudança.
Mas, o que me chama atenção, é que quando entramos em um ônibus e empurramos uma grávida, acotovelamos uma criança, xingamos um idoso por querer descer não temos esta “fincada” na cabeça. Achamos normal agir como “animais” com nossos semelhantes e não percebemos o fim de algo, também tão necessário em nossa sociedade, à extinção do RESPEITO. Agir como animal com relação à natureza é bem vindo, no sentido de senti-la como parte nós, respeitando nossos limites nela, entendendo-a. Porém, agir como “animal” com relação às pessoas é uma coisa super danosa a aquilo que forma uma sociedade mais cidadã. Se não agíssemos assim seria tão mais agradável de viver, ajudaria até mesmo no respeito que temos com a natureza, pois já saberíamos respeitar aquilo que há de mais básico a se respeitar, os de nossa raça.
(Quem achou que o pior é ouvir funk sem fone diga: "POPOZÃAAAO" rs)

Querido diário é claro que quando digo raça, estou falando da única raça que existe quando falamos de seres humanos, a raça humana. Pois confundimos raça como algo entre negros, brancos e etc. Acredito que ter uma postura digna com algo simples e do nosso dia-a-dia como pegar o ônibus, entendendo que os outros teem o direito de estar lá, que estão indo trabalhar, ao hospital, teem pai e mãe, filhos, amigos, pessoas que os amam e que eles amam, assim como nós mesmos. Talvez assim, a partir desse entendimento poderemos deixar de pensar que as coisas simples da vida em sociedade são um palco de guerra, e sim um local a ser compartilhado com nossos iguais, onde o respeito que merecemos é EXATAMENTE o mesmo que os outros merecem de nós.

Deixo esse post como forma de desabafo e revolta contra o empurra-empurra de todo santo dia no embarque dos ônibus. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Prelúdio


Querido diário,

♫ “Sonho que se sonha só;
É só um sonho que se sonha só;

Mas sonho que se sonha junto é realidade” ♪


Que gostosa essa música do Raul Seixas, dá uma paz, aquela paz que às vezes se precisa, com a sensação de que tudo no mundo dará certo, onde desaparecem todas as incertezas, inseguranças e empecilhos que existem no nosso cotidiano. Tem também a beleza da união: “sonho que se sonha junto é realidade”, fico imaginando o contexto em que ele vivia: ditadura, repressão, censura, medo, e ele conseguiu se libertar nessas três frases singelas, colocadas numa linda melodia.

Hoje em dia, ouvindo-a num contexto bem diferente do vivido por ele, a música ainda provoca sentimentos de liberdade, a compreensão de que estamos sozinhos SIM, mas que estar junto é muito mais prazeroso e poderoso, tão poderoso que SIM, realiza sonhos. Muito lindo isso!!!

Mas, claro, união implica em tolerância, verdade, integridade, amor e respeito. Estar unido não é só presença física, afinal podemos nos sentir dolorosamente sozinhos quando temos zilhões de pessoas ao nosso lado. União é  identificação, é olhar para o mesmo lado com os mesmos objetivos, é apoiar com dedicação, ainda que, por ventura, para você o caminho seja outro. Tem também um tipo de união que é aquele troço estranhíssimo que acontece com algumas poucas pessoas, onde ficamos por circunstâncias da vida um tempão sem ver e quando reencontramos é como se NUNCA TIVÉSSEMOS ficado nem um único dia sem ver...
(amigos e bêbados, né?! O único mais ou menos sóbrio é o do meio...rs)

 Querido diário, gostaria de pedir desculpas pelo tempo que fiquei sem vê-lo, me ausentei por mais de duas semanas. Senti saudades de poder dividir minha melancolia e meu bom-humor com você. Mas, o mais PHINO (com ph MEEESMO rs) é que agora estou de férias!!!!!!

 (Yeeeeaaaah... kkkkkk)



Dedico esse post à todas as pessoas incríveis que tenho em minha vida, especialmente meus pais, meu irmão, meu marido, meus amigos de longa data (não sou velha) e aos novos amigos (grata surpresa).

terça-feira, 12 de junho de 2012

A espera de um milagre

Querido diário,

Saudades de você, mas fim de semestre é assim mesmo, se estuda tudo que nunca se estudou na VIDA e reza tudo que nunca rezou na VIDA!!!


(você não tem ideia de como é tenso, querido diário rs)

Até daqui uma semana...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Fogueira das vaidades


Querido diário,

Todas as noites antes de dormir, eu peço durante minhas preces, dentre outras coisas, que livrem-me de pessoas invejosas, mentirosas, falsas e com ódio no coração. Mas nessa sociedade humana maluca em que nos encontramos, está realmente difícil de não cruzar com pessoas que tenham alguma das características acima (até mesmo, várias características acima).
Minha mãe dizia: “Nunca dê muito valor as pessoas, só dê aquilo que elas merecem” e tento arduamente levar isso para minha vida, mas para uma melancólica é tão difícil não sentir demais, coisas boas ou coisas ruins... Tristeza, decepção, ódio, raiva, desprezo, estão super presentes nos meus dias atuais, por causa das pessoas que estou sendo obrigada a conviver.
Depois que viramos adultos tudo é tão difícil, principalmente para as mulheres, somos cobradas para sermos magras, bonitas, cabelos grandes e sedosos... E temos que conviver com as outras mulheres, e mulher, querido diário, é uma coisa complicada.
Não gosto de falar assim: “mulher isso, mulher aquilo”, acho muito machista, mas quanto mais convivo com “as mulheres” vejo como elas são extremamente cruéis umas com as outras. Digo “as mulheres” me excluindo, porque não sou assim, tenho algo bem feminista. Um sentimento de união acima de tudo, de não julgar. Acho bacana como os homens se tratam: “E ai sem noção, belê? Tu é paia rapa!!” E se tratar assim, com carinho verdadeiro. Odeio como as mulheres se tratam: “Oi linda, você está perfeita hoje!!”, isso dito com sorriso falso, pensando que o salto da outra: “TEEEEEEM QUE QUEBRAR!!”.

(aposto que as invejosas estavam na platéia...rs) 

Tenho convivido com algumas garotinhas  que tratam as pessoas assim: “a outra lá, tem cara de cavalo, a outra lá é a mais feia de turma, a outra lá é super zoiuda, o outro lá, tem peito de silicone (observe que tem somente UM homem citado)”. Tratam assim, para depois virar para essas mesmas pessoas e, elogiar o rosto, para outra e dizer que tá linda, para outra e dizer que tem olhos lindos e para o outro, dizendo que ele está ótimo, super malhado. Difícil, né?
Querido diário, não sou assim, não consigo ser, e não consigo engolir quem é assim. Tento aplicar o que me ensinou minha mãe, não ligar, ficar na minha e ignorar, pois é realmente isso que essas pessoas merecem. Mas é tão duro ver que as pessoas caem nisso, acreditando em gente assim...
Vou me treinar para não ligar, não sofrer com isso. Porque como eu já disse para as duas pessoas mais falsas que já vi na vida (bem feito para mim que tento conviver bem com a gentalha rs), e vou repetir para mim mesma “Bem vinda ao mundo dos adultos”,  bem vinda à fogueira das vaidades.

(O que não nos mata, nos fortalece!!!)

#Valeu Diego pelo gif.

terça-feira, 29 de maio de 2012

A nossa jornada


Querido Diário,

Ontem saí de casa normalmente, andei dois dos três quarteirões que ando para pegar meu ônibus e percebi que faltava minha meia calça, peça importantíssima do meu uniforme. Voltei em casa PUTA da vida furiosa, para pegá-la e mandei mensagem para minha chefe avisando que eu me atrasaria. Só pensava em como isso era extremamente injusto e irritante.  Chegando ao trabalho encontrei com as pessoas que sempre encontro, uma delas a Dona Lívia* (irei preservar sua real identidade*). Eu disse um bom dia caloroso como sempre e ela uma senhorinha de uns 60 anos me respondeu como sempre “Bom dia, minha filha”, com um sorrisão no rosto.
Desci para minha mesa e aproveitando que não havia muito a fazer terminei de formatar o post sobre O tempo e o vento e o coloquei no blog. Imediatamente depois ouço pedidos de ajuda, para que alguém ligasse para o SAMU, eu liguei meio sem saber o que acontecia... Tudo que posso dizer é que nossa queria Dona Lívia* veio a falecer diante de nós em decorrência de um ataque cardíaco fulminante...
Hoje passado o susto e o estado de choque, permanece a tristeza e surge a revolta. Lembro-me quantas e quantas vezes Dona Lívia* disse que iria se aposentar que gostaria de descansar, cuidar dos netos, e a poucos meses de se aposentar ela faleceu.  Esse é o fim que merece um trabalhador? Pessoas boas que lutam uma vida inteira? Acredito em Deus, tenho fé que seus atos sempre trarão crescimento, respostas e paz, mas SEMPRE fica uma pontinha de revolta, quando uma vida se acaba.
Querido diário, hoje fica o LUTO, a tristeza e as preces mais sinceras e carinhosas para a Dona Lívia* e para seus familiares.
(descanse em paz Dona Lívia*)

(*em respeito à família a real identidade será mantida em segredo)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O tempo e o vento


Querido diário,

Hoje acordei pensando em um dos meus livros favoritos, “Ana Terra”, lembro-me quando fui prestar vestibular esse livro estava entre as leituras obrigatórias. No início fiquei irritadíssima em ter que lê-lo (preguiça mata, mas ainda estou vivinha rs), porém esse livro foi a mais grata surpresa da minha vida (leia mais aqui). Ana Terra, no meu modo de ver, era uma melancólica, romântica, sonhadora, sensível e, paradoxalmente, forte, determinada. Ela foi um dos personagens que mais me marcou, assim como seu pai, Maneco Terra. Maneco Terra não gostava de espelho (já imaginou a fuça do ser-humano, né? rs) e impedia Ana Terra de ter um. Ao final do livro, após o passar do tempo, Ana Terra ganha um espelho de seu filho, Pedro Terra e, ai nesse momento, tem-se o que me faz pensar... Ana Terra se olha e não se reconhece, os cabelos brancos, as rugas, o tempo que passou e foi cruel. Ela então, conclui que realmente  o “espelho é coisa do diabo”, assim com dizia seu pai.

(livro a que me refiro)
Estou prestes a fazer aniversário, e desde dos meus 22 anos (dois patinhos na lagoa, adorava dizer isso...hihihi), me sinto irremediavelmente envelhecendo, e isso me causa um enorme pavor. O tempo traz sabedoria? Sim. Experiências? Sim. Mas também o medo de ter medo de se olhar no espelho, e não apenas por ver rugas e cabelos brancos como Ana Terra, mas também por perceber que o tempo passou, e que não realizamos nossos sonhos, não nos permitimos, não nos libertamos. E mais cruel ainda, de não se reconhecer aquela pessoa refletida, por não querer sentir a dor da frustração que ela provoca.
Querido diário, como devemos agir para impedir que nos frustremos com o que fizemos faremos de nós e de nosso tempo nesse mundo? Acredito que antes de tudo e mais nada, é entender e aceitar que NUNCA É TARDE DEMAIS, sempre há tempo de se libertar, de recomeçar, de aprender. Depois (mas não menos importante), penso que nossos maiores aliados são:
- Ter um objetivo, que seja um sonho a ser realizado ou uma meta.
- Disciplina, aceitando o incomodo e superando a preguiça (para mim essa é a parte mais difícil)
- Força de vontade, penso que ela tem como conteúdo a fé, a esperança. É a força de vontade que não nos deixa desistir, que nos faz persistir com valentia (ela também pode ser aquela mola no fundo do poço, como eu já estive lá, sei que ela é muito útil...rs).
- E o principal, ACREDITAR EM SI MESMO. Pois estaremos sempre determinados e firmes como  uma rocha no objetivo (maravilhosamente egoísta rs) de sermos felizes.
(é isso aí bebê, o lance é dormir e ser feliz rs)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nosce te ipsum

Querido diário,

Conhece-te a ti mesmo?rs Difícil de responder, né?! Eu mesma não consigo ao certo. Às vezes eu penso que me conheço, estando certa das minhas emoções, personalidade, daquilo que eu falaria ou como me comportaria num determinado momento. Mas o fato é que sempre acontece algo, em um determinado momento que simplesmente leva tudo a perder.
Essa semana na faculdade estamos estudando Aristóteles, na sua contemplação sobre homem virtuoso, erros e vícios (leia mais aqui). O homem virtuoso é aquele que se conhece e conhece, muito bem, os seus limites. Todos nós, segundo Aristóteles, temos a nossa natureza animal, sendo ela aquilo que devemos a todo o tempo controlar. Porém, até mesmo Aristóteles acredita que quem tenha seu limite atingido, dentro de uma situação onde não possa escapar, irá agir, irá atacar, irá se defender (ou como disse uma pessoa que conheço, "utiliza-se a 'pinça' que vai bem no lugarzinho onde provoca-se mais dor"...rs).
(é isso aí Blanka, mexeu cum nóis leva choque..kkk)

Mas, querido diário, como podemos nos conhecer tão bem ao ponto de identificarmos nossos limites e nossas fraquezas? Como a grande maioria, eu sei meus pontos fortes, meu lado espontâneo, maluquinho divertido, carente, e portanto tão carinhosa com quem amo. Porém, meus limites, meus defeitos e meus “erros”, bom, neles eu não gosto de mexer muito. Entretanto, é necessário mexer, fuçar, se conhecer, para que possamos conviver com os outros e conosco de forma melhor e mais harmoniosa. Conhecer-te a ti mesmo é amar-te a ti mesmo ainda mais!!!
Eu gosto de utilizar o método do criador do Nosce te ipsum (conhece-te a ti mesmo), Sócrates.  Sócrates idealizou o método da Maiêutica (leia mais aqui), esse é o processo do autoconhecimento, da auto-reflexão, da busca pela verdade. Sempre começo com uma pergunta, aquilo que gostaria de descobrir sobre mim, e isso vai loooonge...rs
Querido diário, mulher, NATURALMENTE, já pensa demais! Imagina então, o que não pensa uma melancólica bem humorada? Me divirto, me surpreendo e me apaixono com o que descubro de mim. Acredito verdadeiramente, que esse é um processo de amor e compaixão por  si mesmo, pois todos nós temos o péssimo hábito de sermos nossos PIORES ALGOZES... Mas, falarei disso outro dia, porque agora tenho que estudar para uma prova!!!
(Que minha mãe não leia isso...rs)

terça-feira, 22 de maio de 2012

A Gaiola


Querido diário,

Hoje me peguei pensando em algo que me terrifica, uma gaiola! Mas deixe-me te explicar melhor... Eu amo o filme "O senhor dos anéis", por zilhões de motivos, assim como tantos apaixonados pelos filmes e livros, fico enlouquecida pela história de força, coragem e  determinação, a aventura, o Aragorn e o Legolas (huuuuum... dilícia rs). Porém no meio da minha adolescência, vendo o filme, tive explicado, descrito e personificado um medo, cujo qual eu jamais havia conscientizado, mas que sempre esteve lá.
Numa conversa (apaixonante) Aragorn pergunta a Éowny, qual seria o seu maior medo, sua resposta caiu como uma bomba na minha “rosa” cabecinha de adolescente, Éowny disse: “Uma gaiola. Ficar atrás de grades até que o hábito e a velhice as aceitem e as oportunidades de grandes feitos estejam além da lembrança ou do desejo”.

(Cena a que me refiro)

Nossa, como essa resposta, essa simples e inocente resposta pode ser tão verdadeira e aterrorizadora ao ponto de doer tanto? Lembro-me que após o choque inicial eu pensei: “mas de onde vem ou aonde está essa maldita gaiola?” Será que ela fica na nossa cabeça ou no nosso coração? Fica nos nossos atos ou em nossas omissões? Está guardada com nossos inimigos ou lá naquele lugarzinho, bem pertinho, mas que temos medo de ir? Anos depois da primeira vez em que assisti ao filme (e após tê-lo visto tantas vezes) ainda não consigo ao certo responder a pergunta que me fiz, depois de ouvir a resposta de Éowny a Aragorn...
Tendo a acreditar que é algo em nós, algo que nos prende a sentimentos autodestrutivos, sentimentos esses que nos viciam pela preguiça e o costume. Mas não consigo excluir as influencias externas. Como por exemplo, o modo como fomos criados, as pessoas que cruzam nosso caminho, as oportunidades dadas, as palavras ditas.
Eu, particularmente ("nãaao jura??" rs PLEONASMO NECESSÁRIO rs), gosto de tempos em tempos fazer uma imersão em mim. Tenho certeza que o autoconhecimento é algo poderoso (assim como "O Anel"rs - piada idiota, eu sei), é sabendo nossas fraquezas que conseguimos produzir “anticorpos”, contra os parasitas internos e/ou externos a nós.
Querido diário, a pergunta que fiz ainda continua vagando em minha mente, e talvez isso seja algo bom, pois ficará martelando na minha cabeça, não me deixando esquecer o incomodo que senti ao ouvir a frase dita por Éowny.
E o medo da gaiola? Bom... ele continua!!!!
(taaan daaann...rs)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Como tudo começou...


Querido diário,

Há algumas semanas assisti uma entrevista/palestra da filósofa Márcia Tiburi no programa “Sempre um papo”, onde ela falava sobre felicidade. Claro que para falar sobre felicidade é imprescindível falar sobre tristeza, depressão e melancolia. (para ver o programa clique aqui)
Enquanto eu via, me identificava, pensava naquelas verdades e me veio a cabeça uma grande verdade, a qual, tento fugir a ANOS: "eu sou uma IDIOTA". Como tantos, eu fujo da tristeza, buscando a felicidade que se vê nas novelas e filmes, felicidade irreal, numa busca que se mostra tão cruel e intangível. 
Por que nunca entendemos que tristeza é um sentimento válido, saudável e inevitável em nossas vidas? Estar triste não é estar depressivo, é  estar num processo de auto-conhecimento ou é estar simples  e unicamente triste. Temos agora a mania da depressão, mania inútil, que afunda a grande maioria na bebida, remédios, comida, cigarro, drogas. Seeeei que depressão existe sim, como sei, porém se entregar a tristeza e esquecer de lutar, pura e simplesmente porque toda tristezinha  agora é uma DEPRESSÃO, aí não dá.

Nessa mesma entrevista ela fala sobre a melancolia, aaaaaah a melancolia, como eu a amo, estado de espírito que sempre tive, sempre foi parte do meu caráter e como uma IDIOTA, sempre me senti uma depressiva suicida, por causa dela... 
(Assim que me sentia...rs)


Durante o decorrer da entrevista foi mais fácil entender a melancolia, não o significado que temos hoje, mas o significado poético e antigo desse estado de espírito. Ser melancólico é ter espírito artístico, é sentir mais na alma, é se cobrar mais, por acreditar que podemos mais, cobrar dos outros, por sermos irremediavelmente carentes. É amar demais, odiar demais, é constantemente viver no superlativo. (As vezes o demais é até mesmo beeeem tedioso, mas falarei disso mais para frente, querido diário...)
O fato é que descobri a melancolia, esse sentimento estado de espírito estranho e prazeroso, e estou, paradoxalmente, calma, após tê-la descoberto. Porque NÃO SOU UMA DEPRESSIVA, não estou doente, apenas siiiinto DEMAIS (rs). 
Querido diário, será que encontrarei outros melancólicos bem humorados durante minha vida? Espero que sim, pois ainda tenho tanto a aprender, tanto a dividir, me aceitar, aceitar os outros, controlar o superlativo das minhas da minha personalidade.
No mais, muito prazer!!!
E quem também é um melancólico bem humorado, toca aqui... Uhuuuuulll !!rs
(É isso aí!!!)